980 — Interoperabilidade do Smart Card em foco no EMV Fórum

Nov 13, 2002 | Conteúdos Em Português

smartcardO EMV FÓRUM Portugal, organizado pela IDC e SchlumbergerSema, centrou-se nas várias aplicações do Smart Card em cartões que funcionam no padrão internacional EMV – especificações conjuntas da Europay, MasterCard e Visa, que asseguram a interoperabilidade entre cartões de circuitos integrados. O evento reuniu ontem, no Hotel Le Meridien, em Lisboa, vários especialistas da tecnologia EMV .

Em análise estiveram as vantagens da utilização do Smart Card e perspectivas do EMV no mercado financeiro. Jorge Coimbra, administrador da IDC Portugal , abriu o evento com um painel dedicado às tendências do mercado financeiro português.

Jorge Coimbra fez uma previsão sobre a venda de Smart Cards na Europa Ocidental, desde 1999 até 2006, concluindo que, em 2006, 25% da aquisição destes cartões irá recair sobre a sociedade financeira, contra os 75% comprados pela Telecom, transportes, Governo, retalho e saúde. O crescimento na comercialização de Smart Cards deverá evoluir dos cerca de 250 milhões vendidos em 1999 para vendas superiores a um bilião de cartões, daqui a pouco mais de três anos.

Rui Meneses, director do departamento de Certificação e Segurança da SIBS, enunciou as vantagens dos cartões EMV, desde logo a redução da fraude relacionada com falsificação, transvio, perca e roubo de cartões; a redução do risco de utilização e dos custos de processamento, o aumento do número de operações ou a possibilidade de acrescentar, cumulativamente, novos serviços ao cartão. Na sua opinião, «em Portugal o EMV vem fundamentalmente permitir um nível superior de controlo de fraude».

A perspectiva do EMV enquanto instrumento relacional de marketing foi dada por Carlos Oliveira, presidente da APPM, Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing. Face à actual tendência para serviços com multi-aplicações, Carlos Oliveira considera que o recurso a cartões com chip dá resposta à premente necessidade «de conjugação dos interesses de clientes e empresas».

O director financeiro da SchlumbergerSema, Vicente Hortiguela, abordou o EMV na óptica de um Business Case. A migração do EMV para a instituição financeira requer a construção de um estudo aprofundado sobre o seu impacto, as tendências do mercado, a situação da entidade que visa adoptar o EMV ou a avaliação dos possíveis cenários de implementação do sistema. Este estudo de negócio, uma «ferramenta base», para Hortiguela , deve ainda integrar um processo de simulação e a definição de várias estratégias.

O Java Card foi apresentado por Artur Alves, consultor sénior de tecnologia da Sun Microsystems. Numa abordagem às alternativas possibilitadas pela tecnologia Java , salientou o factor segurança que, além do mais, permite reduzir substancialmente os custos relacionados com fraude.

Christian Traversini, da área de desenvolvimento de Cards Business da SchlumbergerSema, questionou o panorama europeu do EMV, focando-se num estudo sobre o seu lançamento, efectuado pela SchlumbergerSema no Reino Unido. Considerando que as oportunidades de negócios que envolvem uso de chip ainda são limitadas, destacou as possibilidades ao nível da distribuição de novos serviços através do cartão EMV .

O director de novas tecnologias Iberia Master Card, Esteban Martin, destacou quatro vectores a considerar na estratégia de migração para cartões com chip: interoperabilidade, infra-estrutura local, flexibilidade na escolha da plataforma e incentivos de interchange .

Também Marie Giraud, responsável de Chip Business da Visa Internacional, avaliou as estratégias da migração EMV, projectando-as no curto prazo. Na sua opinião, em 2005 a região da Europa deverá ter atingido o objectivo de possuir uma massa crítica de processos de EMV em desenvolvimento, com um padrão de segurança capacitado para proteger os utilizadores.

Finalmente, Rui Duro, consultor de eSecurity da Sol-S, defendeu a “Gestão Global de Segurança” no processo de migração para EMV, explanando sobre as vantagens de gestão local e a diversidade de soluções para a mudança. Rui Duro destacou dois factores essenciais, a conssolidação da tecnologia e o conceito de consultoria especializada, em regime de outsourcing .

O EMV Fórum contou com uma plateia repleta, constituída pelos principais agentes do mercado financeiro e empresas de tecnologia e serviços EMV .

Por Gabriela Costa
(gabriela.costa@centrodecontacto.com)

2002-11-13

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