933 — Multimédia XXI – Rumo ao futuro do Conhecimento

Nov 8, 2002 | Conteúdos Em Português

colinA Conferência Multimédia XXI, este ano dedicada à temática “Multimédia, Conhecimento e Comunicações: rumo à Sociedade do Saber”, perspectivou-se sobre a emergência da Gestão do Conhecimento. A iniciativa da APDC, realizou-se ontem no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

No primeiro painel, “A Web do Conhecimento: Web3”, Michel Cartier, da Universidade do Québec (Montréal) assinalou algumas regras novas impostas pelo desenvolvimento da actual sociedade. Esta deve ser analisada a partir dos pólos tecnológico, económico e social, por exemplo, e a nova economia organiza-se em função de três etapas: gestação, crescimento e maturidade – sendo que o momento actual corresponde à segunda etapa, na medida em que «não vivemos uma recessão, mas uma reorganização». A pirâmide “dados-informações-conhecimentos” constitui o fundamento da sociedade do saber emergente, conclui, e o futuro abre-se aos nichos de mercado.

António Cerveira Pinto, da Galeria Quadrum, abordou “A Arte da Comunicação Multimédia em Portugal”. A Web apresenta-se ainda como um meio rudimentar para a comunidade de artistas que faz programação, afirma, «essencialmente devido a problemas de concepção». E explica, «preocupamo-nos demasiado com o uso de tecnologia de ponta, quando devíamos investir em concepções simples, capazes de produzir conteúdos bem estruturados e actualizados».

Em matéria de formação computacional, o País está atrasado uma década e «as comunidades de artistas e universidades recebem poucos apoios por parte das empresas de tecnologia».

multimedia“A nova desordem nas Comunicações. Marasmo no Multimédia” foi a mesa-redonda proposta por Luís Nazaré, que convidou para o efeito Carlos Bártolo, Manuel Pedroso Lima e Pedro Veiga .

Luís Nazaré salientou a importância da expectativa dos consumidores na mudança, considerando que «os portugueses estão tanto mais abertos aos novos serviços de informação quanto se aperceberem das suas mais-valias». Por outro lado, «o capital não tem pátria», pelo que o futuro dos operadores nacionais depende da sua capacidade, aliada aos centros de decisão».

Carlos Bártolo deu ênfase à grande quantidade de consumidores de comunicações móveis que têm cartões pré-pagos em Portugal, o que define, à partida, quanto é que os clientes vão pagar. Face ao esperado aumento da utilização de dados nas comunicações, esta situação gera necessariamente uma diminuição nos minutos de conversação.

O período de «euforia de aquisição de conteúdos pagos passou». Quem o diz é Pedroso Lima , que acredita que o País está actualmente numa fase de produção de conteúdos independentes, ao mesmo tempo que a estagnação na criatividade também foi ultrapassada. Polivalência entre as áreas de multimédia e audiovisuais é, na sua opinião, a palavra de ordem para os operadores de telecomunicações.

Para Pedro Veiga , que abordou a perspectiva da comunidade científica e académica sobre esta matéria, «as redes académicas são cruciais», mas os custos inerentes são substancialmente mais elevados do que no resto da Europa. No seu entender, «em países periféricos como Portugal o Estado tem de intervir».

No primeiro painel da tarde, António Câmara, da Ydreams, questionou o futuro do multimédia e terceira geração, considerando que esta «permitirá o acesso a informação multimédia, oferecendo oportunidades que se começam a vislumbrar com os actuais dispositivos GPRS/Java/MMS . O lançamento destes telemóveis no último trimestre está ademonstrar «a exequibilidade destas soluções».multimediax

Os “Valores Organizacionais e Gestão da Sociedade do Conhecimento” estiveram em análise por Richard Collin, da i-Km, que abordou temas como as novas regras da concorrência, economia do conhecimento ou a remodelação das estruturas de decisão. Collin defendeu o conceito de liderança colectiva.

José Tribolet, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, apresentou o tema “Business Intelligence”, centrando-o na Pessoa Humana e na relação desta com a sua actividade profissional». É necessário enriquecer os conceitos de «Interface Pessoa-Máquina», concluiu.

Seguiram-se dois grupos de reflexão, “Redes de Conhecimento”, integrado por Collin e por Joaquim Jorge (Instituto Superior Técnico/INESC-ID), e “Comunicações e Multimédia”, por Cerveira Pinto e por Nuno Correia, da Universidade Nova de Lisboa.

Os sistemas multimédia do futuro «deverão responder às necessidades de comunicação dos indivíduos no contexto das organizações», como sublinhou Joaquim Jorge, o que trará «alterações estruturais e conceptuais na arquitectura dos sistemas de informação». Por outro lado, as novas comunicações multimédia serão compostas «por múltiplos canais de comunicação com interdependência entre si», na opinião de Nuno Correia .

As “Redes de Excelência e Inteligência Competitiva” constituíram o tema do último painel, a cargo de Michel Cartier. Os responsáveis por áreas como e-commerce, e-learning ou e-government devem adquirir novas competências ao nível de quadro ferramentas essenciais: acesso ao conhecimento; nichos de mercado; complementariedade mediática e Web3 .

Na sua 5.ª edição, a Conferência Multimédia XXI reuniu mais de duzentos participantes, num debate entre especialistas, centrado na Gestão do Conhecimento.

Por Gabriela Costa
(gabriela.costa@centrodecontacto.com)

2002-11-08

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