No que concerne a temática da eSaúde em Portugal, existem actualmente no terreno «ideias, parceiros e financiamento» para projectos como o cartão de utente da Saúde, os sistemas integrados de gestão hospitalar ou o call-center para a área da Saúde, já anunciado publicamente. Mas os decisores não estão a valorizar a aplicação das tecnologias de informação à Saúde, concluem os coordenadores do estudo e-Saúde: O que o Sector da Saúde em Portugal tem a ganhar com o desenvolvimento da Sociedade da Informação, realizado pela APDSI e ADT e apresentado ontem, em Lisboa.
Iniciado em Junho de 2003, na sequência da conferência com o mesmo nome promovida pela APDSI em Maio do ano passado, este estudo foi coordenado por Palmira Moura e Helena Monteiro, em representação da APDSI – Associação para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação e Vasconcelos da Cunha, em representação da ADT Associação para o Desenvolvimento da Telemedicina.
Organizado em três grandes secções “Desenvolver uma Sociedade de Informação no Sector da Saúde”; “Produtos e Soluções” e “Telemedicina e Prática Clínica em Portugal” o documento de 226 páginas reúne contributos de entidades académicas, na área da saúde e de empresas, partindo da convicção conjunta dos intervenientes de que a Sociedade de Informação pode trazer grandes contributos ao sector da Saúde em Portugal.
O debate em torno do cartão do utente de saúde, a gestão de projectos de TI , os sistemas de informação para a gestão de recursos nas unidades de saúde e a certificação de competências nas políticas de eSaúde são os temas abordados na primeira parte do estudo.
Fornecendo informação sobre os equipamentos disponíveis e a sua aplicação às instituições de saúde, empresas como a Ericsson, HP, Microsoft, SAP ou Siemens comentam, na segunda parte, temas como a mobilidade, infraestruturas tenológicas, sistemas de informação ou automação dos processos de negócio. Ficam ainda algumas experiências concretas na área.
Finalmente, na terceira parte do relatório, a telemedicina é analisada ao nível da prática clínica em Portugal, avaliando-se a sua relação com os sistemas de informação e o cidadão. A avaliação dos conceitos, estratégias e regulamentação desta área da saúde é também feita neste capítulo, onde há ainda lugar à apresentação do caso de sucesso da implementação da telemedicina (com as suas teleconsultas), na região do Alentejo.
Uma das conclusões que se retiram deste estudo é que os decisores não estão a valorizar a aplicação das tecnologias de informação à saúde, apesar do exemplo de vários projectos bem sucedidos. Para António Vasconcelos da Cunha «a despeito dos resultados positivos (…), os decisores com capacidade para tal nada têm feito para reconhecer as vantagens (…) e para promover uma expansão sistematizada e integrada da utilização da telemedicina».
Já Helena Monteiro conclui deste trabalho que existem no terreno, em Portugal «ideias, parceiros e financiamento» para os projectos, pelo que «os resultados têm de aparecer rapidamente».
A co-coordenadora do estudo conjunto da APDSI e ADT salientou ainda aos jornalistas que, dos vários projectos já identificados como prioritários no Plano de Acção para a Sociedade de Informação, aprovado em Conselho de Ministros em Junho de 2003, destacam-se o cartão de utente do Serviço Nacional de Saúde, a criação de sistemas integrados de gestão hospitalar e a implementação de um centro de atendimento telefónico (call center ), já em marcha.
Dirigido à sociedade civil em geral, o documento será entregue, segundo Dias Coelho, presidente da APDSI , aos membros do Governo e grupos parlamentares, estando já a ser divulgado entre os orgãos de comunicação social.
O estudo eSaúde: O que o Sector da Saúde em Portugal tem a ganhar com o desenvolvimento da Sociedade da Informação é o primeiro de um ciclo de três relatórios que a APDSI se propõe desenvolver, colocando a SI ao serviço de sectores chave da sociedade portuguesa.
O segundo estudo dedica-se à e-Justiça e parte de uma conferência já realizada, em Janeiro deste ano. O estudo deverá ser apresentado públicamente ainda este ano.
Seguir-se-á um estudo intitulado e-Educação, que será coordenado pelo professor Roberto Carneiro e que terá como mote de partida uma conferência prevista para Fevereiro de 2005. Tratam-se de «três sectores que muito têm a ganhar com este tipo de reflexões», manifestou Dias Coelho .
Gabriela Costa
2004-07-16
Faça AQUI o download do estudo e-Saúde: O que o Sector da Saúde em Portugal tem a ganhar com o desenvolvimento da Sociedade da Informação .
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