A entrada da Microsoft no mercado dos sistemas operativos para os smartphones dividiu opiniões no debate subordinado ao tema ‘Mobilidade: UMTS, Wi-Fi, novos serviços, novos terminais’ integrado no 13º Congresso da APDC. Se António Coimbra da Vodafone e António Casanova da Optimus consideram a entrada da empresa de Bill Gates como positiva e impulsionadora do mercado, já António Gomes de Azevedo da TMN levantou reservas, nomeadamente quanto ao perigo de criação de monopólio. A Microsoft concorre neste mercado com a Symbian, um consórcio liderado pela Nokia.
A segunda nota importante deste painel foi o facto dos três terem admitido publicamente que os operadores móveis tenderão a abandonar o negócio da venda de terminais telefónicos e mesmo o de software para telemóveis, pare se centrarem no seu core-business: gestão e taxação de serviços móveis e autenticação de utilizadores.
O painel assinalou a convergência entre tecnologias e equipamentos apontando três factores chave que fomentam essa situação: o aumento da capacidade de processamento, de armazenamento e o incremento da interconectividade.
Quando estas três áreas se juntam surgem novos dispositivos que serão os terminais do futuro. E que terão capacidade para responder a uma nova realidade: o novo mundo digital, referiu John Wilkox, director comercial da Microsoft.
John Wilkox referiu a sua visão do que estará o mundo em 2006: a conectividade será universal, existirão cartões com 40G de armazenamento e haverá uma melhoria nos displays dos equipamentos. Por outro lado assiste-se já à crescente adopção do Wi-Fi.
António Casanova acredita que o GSM vai coexistir com o UMTS mais tempo do que inicialmente se previa. No meio de tudo isto, os operadores terão um novo papel, dado que o seu negócio irá alterar-se. Os operadores tenderão a retirar-se do negócio dos terminais e, progressivamente, do desenvolvimento de aplicações.
Por seu lado, António Coimbra, acredita que o UMTS permitirá a criação de serviços mais evoluídos. No entanto alerta que é necessário garantir a gestão dos mesmos, a autenticação dos utilizadores e a taxação dos serviços.
Para o orador da Vodafone, as parcerias adquirem uma importância fundamental e aponta como exemplo os acordos já firmados com a Microsoft e a Oracle.
António Gomes de Azevedo, constata que o negócio está dividido em dois mercado: o de consumo e o empresarial. Com necessidades e exigências específicas.
O utilizador quer um telemóvel que seja simpático, para efectuar e receber chamadas e mensagens, que seja útil e divertido. Já o mercado empresarial tem uma necessidade superior pelos serviços de dados.
No entanto, António Gomes de Azevedo alertou para o facto de não se saber quem serão os vencedores, ao nível das aplicações de dados e das tecnologias existentes, nomeadamente em relação aos sistemas operativos.
Filipe Samora
2003-11-19
Centro de Informação-ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA