2175 — Estudo IDC revela tendências de investimento em aplicações empresariais

Jun 17, 2003 | Conteúdos Em Português

Logo IDC Portugal«A implementação de um conjunto de aplicações empresariais integrado e enquadrado com os processos e estratégia das organizações é uma condição essencial, especialmente quando os objectivos passam pelo aumento da qualidade dos produtos, pela eficiência operacional, por uma maior flexibilidade ou pela melhoria do serviço prestado ao cliente». Uma opinião da IDC Portugal, no âmbito do estudo “Aplicações Empresariais Análise e Previsões, 2002-2007″, cujos resultados ao nível das tendências de investimento das empresas portuguesas no ecossistema ‘aplicacional’ publicamos, esta semana, na rubrica “Opinião”.

«A crescente complexidade dos ambientes “aplicacionais” e a cada vez mais premente preocupação de redução de custos e de obtenção de retorno do investimento a curto prazo tem influenciado os fornecedores para uma progressiva alteração e adaptação da sua oferta.

As mudanças são visíveis nos novos atributos e funcionalidades das aplicações, na sua maior adequação aos processos de negócio e às soluções de integração, ou mesmo na forma como se implementam e gerem os recursos . A estas transformações não têm estado alheias as organizações, tendo estas sido valorizadas através de um grau de satisfação significativamente positivo.

Todavia a maioria das organizações continua alheia à importância das aplicações empresariais mais comuns para a consecução das suas estratégias, em parte porque talvez estejam receosas das dificuldades e implicações envolvidas com a implementação e utilização das soluções, ou talvez porque a situação económica actual seja dissuasora, mas sobretudo porque ainda não foram capazes de entender a proposta de valor em causa .

A implementação de um conjunto de aplicações empresariais integrado e enquadrado com os processos e estratégia das organizações é uma condição essencial, especialmente quando os objectivos passam, por exemplo, pelo aumento da qualidade dos produtos, pela eficiência operacional, por uma maior flexibilidade ou pela melhoria do serviço prestado ao cliente , entre outros.

Não estão muito longe os dias em que a sociedade entenderá a tecnologia como uma fusão de produtos e serviços que abra caminho a novas formas de trabalho e redefina o modo como os indivíduos e as organizações interagem entre si. Nesse momento, a tecnologia e os serviços que lhe estão associados serão finalmente reconhecidos como genuínos catalisadores dos processos de optimização das actividades empresariais ».

Uma opinião da IDC Portugal, no âmbito dos resultados obtidos no inquérito que realizou entre Janeiro e Fevereiro deste ano junto de 428 organizações representativas do tecido empresarial nacional com mais de 9 funcionários.

A análise efectuada visou «listar as dificuldades subjacentes à implementação, os benefícios advindos da utilização e os graus de satisfação com as soluções de ERM (Enterprise Relationship Management) e CRM (Customer Relationship Management)», dando origem à publicação, este mês, do estudo “Aplicações Empresariais Análise e Previsões, 2002-2007″, conjuntamente com outras metodoloias de pesquisa utilizadas pela IDC .

Ficam as principais tendências que irão caracterizar o ecossisitema ‘aplicacional’ nos próximos anos:

É crescente a convicção no mercado, por entre fornecedores e utilizadores, que não é a tecnologia per si que as organizações necessitam, mas de soluções que cumpram sobretudo três requisitos fundamentais: simplifiquem e automatizem os processos de negócio, sejam flexíveis e tenham custos ajustados ao valor que delas é retirado. Esta conclusão surge do facto de que a generalidade das organizações têm vindo a enfrentar dificuldades de vária ordem, devido, por exemplo, aos seguintes factores e condicionantes:

Muitas das aplicações implementadas nas organizações baseiam-se em tecnologias incompatíveis, isto é, não admitem interoperabilidade no interior dos sistemas de informação das organizações;

O licenciamento de aplicações em pacote está, em inúmeras organizações, suportado em acordos com termos confusos e mal definidos;

Inúmeras aplicações desenvolvidas à medida, e posteriormente melhoradas, apresentam actualmente uma enorme complexidade, que dificulta a obtenção de uma maior eficiência e flexibilidade;

Foram criadas muitas interfaces ponto a ponto para permitir a integração entre as múltiplas soluções, o que de alguma forma reduziu ou obstruiu o fluxo de informação ao longo da organização.

Todavia, vários fornecedores têm vindo a concentrar esforços, no sentido das aplicações se adequarem aos processos de negócio e das tecnologias de integração, permitindo simultaneamente tirar partido do investimento realizado nos anos anteriores.

Reconhecendo que, só por si, não possuem capacidade para resolver todas as questões, os fornecedores de software começam a dotar a sua oferta com funcionalidades complementares obtidas através de parcerias com agentes especializados em áreas específicas. Para além destas mudanças, outras há que estão ou que virão a estar em curso, nomeadamente:

As aplicações deixarem de ser entendidas como um produto para passarem a ser consideradas como um serviço, o que obviamente tem fortes implicações nos preços e na tecnologia;

A transformação do licenciamento em manutenção, assentando numa dinâmica própria das parcerias.

A evolução para o “software como um serviço”, que de alguma forma teve início no outsourcing, compreende essencialmente a adopção do modelo ASP, apesar de este ter um caminho longo a percorrer até à sua completa afirmação.

O modelo de ASP, Application Service Provider, consiste num conceito de serviço que tem por objecto contratual a implementação, execução, hosting, gestão e fornecimento de acesso a uma aplicação ou conjunto de aplicações, a partir de instalações que não as do utilizador. Os ASP, isto é, os prestadores do serviço, são responsáveis pelo bom cumprimento de todas as actividades específicas e pelo fornecimento do conhecimento especializado, necessário à gestão da aplicação ou conjunto de aplicações.

É provável que os vários modelos e actividades convivam entre si por algum tempo, em especial nas organizações de maior dimensão: aplicações tradicionais, desenvolvidas internamente, pacotes de aplicações, algumas aplicações em regime de ASP, outsourcing ou de serviços Web hosting. Com o correr dos tempos, é convicção da IDC que o modelo “software como um serviço”, hoje ainda dando os primeiros passos, atinja níveis de adopção significativos, dada a tendência clara para a expansão do modelo “um para muitos” , por parte dos produtores e prestadores de serviços.

2003-06-17

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