Realizou-se ontem a 7.ª Conferência ANETIE, que reuniu os meios público e privado na discussão sobre os Contributos das TI na Economia Nacional. A convite da Associação Nacional das Empresas de Tecnologias de Informação e Electrónica, vários especialistas avaliaram questões como Cidadania e Transparência, Parcerias Público-Privado, Mobilidade ou Cadeia de Valor das empresas.
A manhã deste evento foi preenchida por dois painéis dedicados à Administração Pública. Depois da sessão de abertura, presidida pelo Ministro Adjunto, José Luís Arnaut, Carlos Oliveira, da UMIC moderou um painel constituído por representantes da IBM, Unisys e SEDISI (Espanha). Em causa, a Cidadania e Transparência da Administração Pública .
Como salientou Virgílio Vargas, consultor IT da IBM, na sua intervenção intitulada On demand solutions para e-government, factores como uma economia volátil, mercados globais integrados e mercados financeiros que não perdoam, são tendências que «estão na origem de mudanças fundamentais nas empresas e organizações». Na sua opinião, há cinco tarefas chave para que os responsáveis pelas organizações sobrevivam na nova era: determinar o posicionamento estratégico; melhorar de forma dramática o relacionamento com o cliente; atingir entre 25 e 40% em redução de custos; redesenhar a arquitectura da empresa e reinventar o< EM> management.
A este propósito, o representante da IBM apresentou a visão do grupo construída segundo o conceito e-business on demand, o qual se traduz num road map estratégico que avalia as implicações tecnológicas de requisitos funcionais e não funcionais, bem como orientações estratégicas como a redução de custos.
Também Joaquin Oliveras, director geral da SEDISI, apresentou ideias inovadoras sobre e-government, mas em Espanha. A SEDISI, Associação Espanhola de Empresas de Tecnologias de Informação , tem em curso várias propostas para o desenvolvimento do governo electrónico no país vizinho. Por exemplo, ampliar o Portal Único da Administração espanhola e integrar nele projectos piloto relacionados com o intercâmbio electrónico de dados, generalização de procedimentos electrónicos e certificação.
Outra proposta da SEDISI visa estabelecer obrigações legais para que os Serviços Públicos Básicos e-Europe 2005 realizem todas as suas transacções por Internet nas entidades de administração pública até 2005. Joaquin Oliveras apresentou algumas conclusões reveladas em diversos estudos encomendados pela SEDISI, como o referente à Disponibilidade de serviços públicos on line (Cap Gemini E&Y/EU ). Segundo este estudo, a percentagem de serviços online disponíveis na União Europeia aumentou de 45%, em Outubro de 2001, para 60%, em 2002. A percentagem de serviços públicos em Portugal, nesta data, era inferior a 60%, ao contrário da Espanha, que registou um índice um pouco acima dos 60%.
Noutra perspectiva, até 2005, menos de 25% das operações de parcerias Público-Privado na Europa (envolvendo forte utilização de TIs) serão consideradas bem sucedidas. Um resultado avançado pelo Gartner Group no documento de 2001 Strategic Planning, SPA-14-6080 que Luís Silveira, administrador da NO LIMITS (Grupo ACE) salientou durante a sua intervenção, no âmbito do painel Administração Pública: Parcerias Público-Privado .
Na sua opinião, particularmente neste período de «crescimento limitado», as parcerias Público-Privado constituem «uma excelente oportunidade de desenvolvimento de negócio». Contudo, é necessária alguma prudência no estabelecimento dessas parcerias, já que «o modelo de relação e prestação, aparentemente parecido com aquele que conhecemos, é bem diferente e significativamente mais complexo, em especial nas questões do financiamento e da tomada de risco».
Referindo-se ao projecto das Cidades e Regiões Digitais, que a UMIC está a implementar e que merece o financiamento do POSI, Graça Moreira considerou que promover a diversificação da Internet através de serviços públicos e privados representa «um factor aglutinador numa lógica de marketing territorial». A responsável do POSI sublinhou a importância de fomentar as regiões, inclusivamente no exterior do País. O painel dedicado às parcerias Público-Privado, moderado por Aníbal Santos, da REN, contou ainda com a presença de Rogério Carapuça, presidente da NOVABASE .
Da parte da tarde, o evento dedicado à importância das TI na economia nacional centrou-se em duas temáticas de interesse para o meio empresarial: Mobilidade e Qualidade de Vida e Empresas e Cadeia de Valor. Nas sessões, respectivamente moderadas por José Crespo de Carvalho (ISCTE) e Luis Mira Amaral (CGD), participaram representantes da SUN, Galp, Carris, SIBS, Renova e Lactogal .
A 7.ª Conferência ANETIE foi encerrada por Diogo Vasconcelos, gestor da UMIC, Joaquim Borges Gouveia, presidente da Comissão Organizadora e Rui Melo, presidente da ANETIE .
Gabriela Costa
2003-06-06
Centro de Informação-ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em Foco – Opinião