1254 — O painel dos Antónios

Nov 28, 2002 | Conteúdos Em Português

No segundo painel da manhã deste último dia do Congresso das Comunicações, dedicado ao tema ‘Comunicações Móveis: Que Desafios?‘, estava previsto que estivessem presentes os representantes dos (ainda) quatro operadores móveis. Coincidência ou não, todos de nome António, escapando da unanimidade Carlos Casqueiro do BPI, que discursou como orador principal. António Vidigal, da Oniway, faltou, ou não fosse este o dia do encerramento do quarto operador.

Carlos Casqueiro começou por antever uma realidade algo obscura para o UMTS, baseando-se num estudo da Forrester Research : «em 2010 o número de clientes de terceira geração não ultrapassará os 10% do total e o número de operadores será bastante menor do que as licenças que foram atribuídas».

Casqueiro enunciou também alguns eventuais benefícios, tanto para operadores como para consumidores, que poderão surgir de uma eventual consolidação do sector de quatro para dois operadores. E concluiu dizendo que as expectativas em relação à venda das licenças de UMTS saíram goradas, com a diminuição do número de operadores e um adiamento nas decisões». Terminou declarando que o mercado nacional «não tem capacidade para quatro operadores».

António Casanova, da Optimus, ironizou a eventual consolidação do mercado em apenas dois operadores móveis, defendendo a concorrência em benefício dos consumidores. Acabou por não se pronunciar a respeito de uma eventual compra da Optimus pela Vodafone ou outro qualquer operador, dizendo apenas que essa será «uma decisão dos accionistas». Casanova falou ainda sobre o UMTS , dizendo que um adiamento «é completamente incontornável».

António Coimbra, da Vodafone , afirmou que «o mercado ideal em Portugal é para dois operadores e meio e no futuro só o mercado poderá dizer se restarão dois ou três».

A TMN, representada no painel por António Soares, assumiu uma visão menos negativa, não fosse este o operador da incumbente nacional. Soares disse ainda, em relação à Optimus, que o operador da Sonae «tem 21% de quota de mercado em Portugal, sendo que o mínimo para um operador móvel se manter rentável é 25%». Em caso de uma eventual venda, Soares afirma que «a TMN está atenta a esta oportunidade de crescimento».

O debate ficou marcado pela ausência de António Vidigal, da Oniway. Vidigal faltou por motivos óbvios: este era o dia em que a Oniway veria o seu fim.

Laura Ramos

2002-11-29

Dossiers-Plano Editorial