A Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) já deu início ao 12º Congresso das Comunicações. Conceição Casanova deu o mote ao que chamou tempo de partilha de conhecimento, num congresso que pretende essencialmente encontrar fios condutores em tempos difíceis, mas estimulantes.
Luís Ribeiro, presidente da associação, afirmou que a crise que se atravessa não é só na economia, mas também no campo das ideias, dos princípios e dos valores. E propôs uma viagem em tempos de crise, transmitindo um conselho aos tripulantes: façam o favor de apertar os cintos, porque o tempo não está de modas!
Ribeiro delineou ainda a conjuntura das comunicações com a redução dos postos de trabalho, os prejuízos nos investimentos, os elevados níveis de endividamento, falências de empresas líderes de mercado, fraudes contabilísticas e, acima de tudo, expectativas exageradas. O presidente da APDC não quis deixar de reforçar, no entanto, a importância do Congresso , uma vez que vai ajudar a passar um conjunto de mensagens positivas que vão contrariar um estado de desânimo e pessimismo.
O presidente do 12º Congresso, António Lobo Xavier, declarou que este ano de liberalização das telecomunicações foi um ano de perplexidades, em que se falou mais de reestruturação e consolidação do que de liberalização, pensando sempre na necessária ajuda do Estado para a conclusão de processos. E continuou dizendo que o problema das comunicações está num contexto económico depressivo, e num árduo caminho do monopólio para o mercado concorrencial. Lobo Xavier apontou ainda um dedo acusatório aos políticos, garantindo que o apetite de engordar o orçamento traiu as esperanças de liberalização das comunicações. À ANACOM cabe agora a tarefa de provar que a liberalização é possível.
A AT Kearney e a Obercom apresentaram as linhas mestras do estudo Que futuro para o sector das Comunicações e Media em Portugal? , onde se destacam dois tipos de previsões (moderadas e optimistas) para os panoramas do móvel, do fixo e do cabo em Portugal.
O reforço da Vodafone no mercado, a massificação do UMTS nunca antes de 2004/5, o congelamento de projectos de Terceira Geração e a possibilidade de afirmação da NTT DoCoMo na Europa foram algumas das conclusões do estudo, que ainda não foi disponibilizado à Imprensa.
Sandra Pestana e Laura Ramos
2002-11-26
Dossiers-Plano Editorial
Notícias – Indústria