Entrou em funcionamento, no passado dia 30 de Setembro, a Linha Nacional de Emergência Social (LNES)-144, da responsabilidade do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social em colaboração com o Instituto do Desenvolvimento Social e Instituto de Solidariedade e Segurança Social. A LNES arrancou com uma primeira chamada de uma mulher lisboeta, vítima de violência doméstica. Na primeira hora de serviço da linha 144, os técnicos atenderam cerca de 30 casos.
Este projecto, único em Portugal e na Europa pretende, a partir desta data, que qualquer cidadão que tenha conhecimento de situações gravosas do ponto de vista social possa ligar gratuitamente 144 para sinalizar casos que necessitem de uma resposta imediata. Desde o primeiro momento, são garantidas respostas a curtíssimo prazo para os sem abrigo, idosos abandonados, crianças negligenciadas e maltratadas e mulheres vítimas de violência. Pela primeira vez, o Estado assegura uma resposta de emergência a estes problemas, bem como o encaminhamento posterior para as soluções adequadas. Assim, nas situações mais graves deixa de existir um tempo de espera por respostas sociais que em situações-limite pode ser precioso, porque pode significar salvar vidas ou impedir a produção de danos irreparáveis em quadros de exclusão já por si complexos. Esta linha servirá exclusivamente para atender as chamadas e não para lhes dar resposta, sendo estas posteriormente encaminhadas para as centrais distritais onde estarão presentes assistentes sociais e psicólogos.
Para já, a LNES arranca com uma equipa central de 20 teleoperadores distribuídos por turnos, sendo o mês de Outubro muito importante no sentido de se fazer um balanço do número de chamadas recebidas. Um dos objectivos deste projecto é que até 31 de Dezembro estejam constituídos todos os centros de emergência distritais, que por agora alcançam apenas os 18. A expectativa existe sendo este um desafio e um teste ao mesmo tempo como refere Martins Alves, membro do MTS.
Os serviços centrais do call center estão a funcionar nas instalações da Portugal Telecom e utiliza o interface Amdocs e sistema Siemens, prevendo-se a curto prazo a mudança para as instalações do Instituto de Solidariedade e Segurança Social (ISSS).
Este plano de emergência é um desafio e uma oportunidade. Desafio à capacidade e motivação, e uma oportunidade de demonstrar várias coisas. Em primeiro lugar, o investimento que está a ser feito e em segundo um acordo entre a linha 144 e as outras linhas de apoio como sejam a APAV, linha de apoio à Sida, Droga, etc., não pretendendo com isso substituí-las., assim adiantou na conferência de imprensa, realizada a 26 de Setembro, Simões de Almeida, Secretário de Estado da solidariedade e Segurança Social.
A LNES funcionará 24 horas por dia, 365 dias por ano e cobrirá todo o país a partir de Centros de Emergência em cada distrito devidamente equipados para fornecer respostas de urgência que permitam lidar no imediato com situações sociais graves. O custo operacional desta linha é de 350 contos/ano.
Por Maria João Nunes
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