O papel do Estado no desenvolvimento de um Plano Tecnológico capaz de modernizar Portugal, bandeira do actual Governo, foi avaliado esta 3.ª Feira, 31 de Maio, na conferência DE/Plano Tecnológico, promovida pelo Diário Económico, em Lisboa. Os representantes de entidades como o INA, a UMIC ou a APDSI admitiram a falta de competitividade do país, mas deixaram exemplos de inovação tecnológica.
Diogo Vasconcelos defendeu o papel «preponderante do Estado» na construção, através da Sociedade de Informação, de um «país mais conectado e competitivo».
Neste contexto, o gestor da UMIC sublinhou a importância da massificação da Banda Larga, antevendo, até ao final do ano, a cobertura integral do país pela BL e a sua instalação nas 9 mil escolas existentes. Outra medida de relevo é a rede de fibra óptica que irá ligar as universidades do litoral. O projecto está finalizado e deverá ser extendido ao interior do país.
Na Administração Pública, há que «mobilizar as pessoas para a reforma», já que o problema «não é só tecnológico». Finalmente, no que concerne infraestruturas de apoio à inovação, Diogo Vasconcelos considerou que «há um novo impulso empreendedor», como as iniciativas Neotec de apoio à investigação tecnológica nas empresas ou os Centros de Excelência.
Menos optimista, Valadares Tavares acredita que «temos um problema tecnológico em Portugal», que se prende com a incapacidade de «desenvolvermos uma estratégia tecnológica capaz de resolver os nossos problemas». Na opinião do presidente do Instituto Nacional de Administração (INA) , quatro problemas essenciais contornam esta questão: a assimetria geográfica de Portugal, com os seus pontos de isolamento; as baixas qualificação e competitividade existentes no país; e a fraca internacionalização da sociedade portuguesa, em geral.
Dias Coelho, apresentou alguns projectos da APDSI, como a monitorização dos processos básicos na Administração Pública, através da iniciativa Kafka – que permite a exposição de casos kafkianos na relação do cidadão com os organismos públicos, numa página da Internet criada para o efeito; ou o estudo Arquitectura Organizacional do Estado e das Administrações Públicas, que será apresentado no próximo dia 6 , em Lisboa.
Para o presidente da APDSI é fundamental perceber qual a relação que os sectores chave da actividade (Educação, Saúde ou Justiça) mantêm com os seus utentes, e definir como pode a tecnologia contribuir para o desenvolvimento desses sectores. Igualmente importante é caminhar no sentido da literacia digital, concluiu, sublinhando: «nunca implementámos (em Portugal) um plano eficaz de erradicação do analfabetismo».
Por último, Martin Cronin, director executivo da empresa irlandesa Forfás , defendeu a importância de incentivar a investigação e inovação, para gerar mais competitividade e emprego. No seu entender, as empresas precisam de qualificação e incentivos fiscais para poderem apostar na investigação. A produtividade depende de factores como estratégia tecnológica e competência, concluiu.
2005-06-01
http://www.diarioeconomico.com/edicion/indice/0,2457,5417,00.html
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