O Conselho de Administração da Cabovisão emitiu hoje um comunicado em reacção às
recentes notícias vindas a público divulgando que os accionistas da Cabovisão terão, alegadamente, dado entrada com uma providência cautelar no Tribunal do Comércio de Lisboa, a fim de apelar à substituição da administração da operadora por um administrador judicial. O CA da empresa repudia «vivamente» as notícias respeitantes a um eventual processo judicial, do qual «a Cabovisão nem sequer foi notificada».
Considerando tratarem-se de assuntos «respeitantes à vida interna da empresa», a Cabovisão emitiu um comunicado para esclarecer publicamente que a fase de reestruturação interna e refinanciamento em que se encontra «não afecta o regular funcionamento da empresa, tendo a Cabovisão vindo a assegurar a prestação dos respectivos serviços de televisão por cabo, internet e telefone de forma corrente, competente e eficiente, sem quaisquer restrições ou interrupções».
Sublinhando que «a Cabovisão tem vindo a aumentar, de forma sustentada, a sua base de clientes», o Conselho de Administração (CA) da empresa repudia «vivamente» as notícias recentemente publicadas respeitantes a um eventual processo judicial, do qual «a Cabovisão nem sequer foi notificada», garante. Assim, para o CA da Cabovisão , «as referidas notícias apenas induzem em erro a opinião pública, com consequentes prejuízos para a empresa e afectando a confiança depositada pelos seus clientes e funcionários. Trata-se da discussão de assuntos de natureza estritamente interna, sem impacto no normal funcionamento da empresa, e cuja resolução em nada sai beneficiada com atitudes desta natureza».
Segundo noticiou a Agência Financeira no seu editorial de 3 de Setembro, na providência cautelar enviada ao Tribunal de Comércio de Lisboa, «a que a Reuters teve acesso», os accionistas «reconhecem apenas o administrador único Ahmad Fadami e justificam a acção com o facto do gestor se recusar a fornecer informações relevantes para a continuação do plano de recuperação da empresa e de estar a actuar no sentido de pôr em causa a viabilidade da empresa».
Em declarações à Reuters, o director da Cabovisão, Paulo Queirós, afirmou que «não existe apenas um administrador o que iria contra os estatutos mas três»: Fernand Beslisle (presidente), Duarte Vasconcelos e Ahmad Fadami (vogais). Os accionistas da Cabovisão afirmam, contudo, que os dois primeiros terão alegadamente renunciado aos cargos em Agosto e Julho, respectivamente, adianta a Agência Financeira .
A mesma fonte cita ainda o director da Cabovisão, que esclareceu que «os administradores estão actualmente a responder a quem tem legalmente o controlo da Cabovisão, ou seja, ao sindicato de bancos». Paulo Queirós escusou-se, no entanto, a nomear os administradores e as entidades financiadoras envolvidas.
No comunicado divulgado hoje aos orgãos de Comunicação Social, o CA da Cabovisãomanifesta que encara com tranquilidade a perspectiva da empresa vir a ser visada face a eventuais processos judiciais, «dada a natureza absolutamente infundada das afirmações que vêm sendo divulgadas».
2004-09-08
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Em Foco – Empresa