Os principais resultados de um estudo da Forrester Research revelam que «mais de quatro quintos (82%) das empresas associam normalmente as falhas das aplicações informáticas à perda directa de proveitos. Quase metade (44%) afirmam já ter vivido situações de falhas e dois terços (64%) destes reconhecem também terem sido prejudicados nessas situações. Conclusões divulgadas ontem, pela Compuware, durante o evento O Impacto da não qualidade (Os sistemas de Informação e o Negócio), promovido em Lisboa.
Este estudo sobre os diversos impactos empresariais da não qualidade dos sistemas de informação foi desenvolvido no início deste ano, na Europa e nos EUA, junto de directores de informática, administradores de tecnologias da informação e administradores da área financeira.
Os resultados divulgados ontem permitem concluir que, em 86% dos casos, os inquiridos atribuem a falta de informação como principal razão pela qual as aplicações são lançadas independentemente dos problemas de qualidade; 75% indicaram que a métrica-chave reside em atingir os requisitos de funcionalidade; e 54% associam à qualidade aplicacional as métricas de downtime e de disponibilidade.
Dados do Gartner Group indicam que os custos médios de downtime não planeado nas aplicações críticas podem atingir os 100 mil dólares/hora .
Estes downtime são causados em 40% dos casos por falhas das aplicações (bugs, problemas de desempenho, alterações que causam problemas..) e em 40% por erros aplicacionais (executar uma operação de forma incorrecta). Apenas em 20% são gerados por problemas de hardware, factores ambientais e outros. Isto é, «80% do downtime pode ser analisado e resolvido pelas equipas de desenvolvimento e de qualidade, trabalhando em conjunto para melhorar os processo de TI ».
Na opinião de Luis Porém, director geral da Compuware Portugal , estes números «indicam que a automatização de testes é importante para se atingir a qualidade aplicacional», mas isso «não é a solução». Por isso, «mais do que falar da qualidade, é necessário falar da não qualidade», conclui.
Cerca de 75% dos inquiridos pela Forrester Research revelam que implementaram processos de qualidade, mas apenas 31% referem que esses processos são seguidos por todos, enquanto 64% indicam que só parte da organização os segue e 5% indicam que a organização em si não segue os processos.
Como factores críticos de sucesso, o estudo revela a implementação de processos de forma clara e objectiva, a integração dos mesmos no ciclo de vida das aplicações, uma utilização consistente dos processos pela organização e a adopção de uma disciplina.
Esta informação demonstra que «os processos apenas são efectivos se forem utilizados de forma consistente pela organização», adianta Luis Porém , que remata: «a disciplina para utilizar os processos implementados é um factor crítico de sucesso».
Para o director geral da Compuware Portugal , «a melhor aproximação para assegurar a fiabilidade da entrada em produção de uma aplicação começa ao nível dos requisitos de negócio e envolve uma combinação de tecnologia, processos de qualidade e disciplina, para seguir esses processos até à fase de produção».
A Compuware apresentou ontem a solução CARS , uma alternativa «inovadora» no âmbito da qualidade e gestão de risco. Esta é «uma solução simples para um problema complexo, que reside no facto de a maior parte do software não ser testado, e a sua qualidade garantida, tanto quanto deveria ser, antes de entrar em produção».
2003-10-29
http://www.compuware.pt
Em Foco – Opinião