Diogo Vasconcelos, da Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC) organismo criado na semana passada prometeu a construção de uma política nacional de banda larga com o objectivo de generalizar o acesso a preços competitivos. O desenho de uma política para a banda larga foi debatida hoje, no segundo dia do 12º Congresso das Comunicações da APDC.
A UMIC, órgão tutelado pelo ministro adjunto do primeiro-ministro, revelou que as áreas de intervenção vão passar pela inovação, governo electrónico, economia digital, inserção de cidadãos com necessidades especiais na Sociedade da Informação e acesso generalizado à Internet. As primeiras medidas vão passar pela definição de um conjunto de indicadores que permitam medir o progresso, garantiu Vasconcelos, e pela promoção de novas infra-estruturas de acesso em zonas menos atractivas. Vasconcelos anunciou, ainda, o financiamento de licenciaturas, pós-graduações, doutoramentos e mestrados no domínio da Sociedade da Informação, quer em Portugal, quer no estrangeiro.
Asheesh Saksena, da Accenture, tentou tirar lições do passado e deixar uma mensagem: crises incríveis trazem incríveis inovações. O facto das inovações estarem relacionadas com a recuperação da economia é uma conjuntura a aproveitar, referiu Saksena , e propôs uma intervenção, em Portugal, para acelerar a adesão à banda larga. Reduzir preços não é o caminho indicado, garante o consultor, uma vez que essa medida afecta demasiado os fornecedores.
José Dias Coelho, da Associação para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação APDSI – esclareceu que os desafios da associação passam pela expansão do e-business e por melhorar a relação dos cidadãos e agentes económicos com a administração pública. Coelho garante que os portugueses têm ideias, só não as aproveitam: nós, os portugueses, gostamos de nos autoflagelar, o que vem do estrangeiro é sempre melhor. A APDSI deixou um desejo para o 14º Congresso, a realizar daqui a dois anos: que Portugal esteja no Top 10 de países com penetração banda larga.
Francisco Velez Roxo, da ANETIE, realçou a importância de uma política de cooperação. As empresas portuguesas estão a seguir uma linha de sobrevivência, garantiu, e debatem-se com o que chamou de Triângulo das Bermudas: Produtividade / Rentabilidade / Competitividade. Velez apontou o dedo crítico aos empresários: não há sectores em crise, há é empresas mal geridas! (…) Há uma incapacidade de competir e perceber que o mercado global é, neste momento, cá dentro. A ANETIE lançou um apelo: é necessário actuar com banda larga a nível do pensamento.
Sandra Pestana
2002-11-27
Notícias – Indústria
Dossiers-Plano Editorial